Wednesday, March 25, 2015

Guitar Drive, boosters, overdrives, distorções e fuzz, o que são e para que é que servem.

Como devem entender, condensar tudo o que pode ser dito sobre este assunto em dez minutos num carro em andamento é uma tarefa complicada, senão impossível. Por causa disso decidi passar aqui pelo nosso blog que anda abandonado e pelas ruas da amargura e escrever um artigo mais aprofundado sobre o assunto. Chega de tretas, vamos lá para o que interessa.



Como dissemos no vídeo, todos estes efeitos se baseiam na mesma base: a amplificação do sinal da guitarra com o objectivo de distorcer o sinal. A forma como essa distorção é conseguida é que varia de uns para os outros e de certa forma condiciona a forma como eles são usados.

Em meados dos anos 50, quando a música baseada em guitarras começou a ser popular, todas as opções de amplificação para os guitarristas eram basicamente o mais limpas possível e a únicas formas de se conseguir distorção eram por o volume no 11 e rezar para que as válvulas não se derretessem ou cortar os speakers com lâminas de barbear.

Como fazer então um amplificador essencialmente limpo distorcer?

Boosters:

O que um booster limpo faz é aumentar o volume do sinal da guitarra. Só e exclusivamente.
Regra geral, na descrição deste tipo de pedais são referidos parâmetros como +20db que se refere à quantidade de decibéis que o pedal é capaz de aumentar o sinal original da guitarra.
A topologia de circuito de um booster por si só não introduz distorção no sinal da guitarra, porém ao aumentar o volume desse mesmo sinal faz com que seja possível sobrecarregar as válvulas do preamp do amplificador que se lhe segue resultando daí distorção.
Regra geral os circuitos dos booster limpos são bastante simples e baseados num transístor (seja ele um BST, FET ou MOSFET) ou num opamp.



Há boosters que para além de aumentarem o volume do sinal, sem darem proeminência a nenhuma frequência em particular, filtram uma gama de frequências predeterminadas acentuado apenas essas. Um exemplo disso seria o treble booster que o Brian May usa em conjunção com os seus Vox AC30 para conseguir o som que ouvimos nos álbuns dos Queen.
Uma maneira mais versátil de conseguirem esse tipo de efeito seria o de usarem um pedal de equalização como booster uma vez que estes costumam garantir também uma amplificação na ordem dos +20db do sinal da guitarra, sendo que podem ainda escolher o tipo de frequências a que querem dar mais proeminência.

Overdrives:
Tal como os boosters, os overdrives foram originalmente feitos para fazer o preamp de um pedal a válvulas entrar em "overdrive" por injecção de uma quantidade excessiva de sinal de guitarra. Qual é a diferença entre um booster e um overdrive então?
Os overdrives para além de amplificarem o sinal da guitarra são ainda capazes de introduzirem por si só distorção nesse sinal. A topologia do circuito é mais complicada, usando uma quantidade maior de componentes.
Como é que os overdrives introduzem distorção no sinal?
Regra geral através de soft diode clipping, ou seja: por inclusão de dois díodos organizados em direcções opostas no feedback loop do opamp (ou transístor) que "cortam" as pontas do sinal a partir de um limiar predefinido.




A utilização de diferentes tipos de díodos resulta em diferentes texturas de distorção. Estes diferentes tipos de díodos incluem, de silicone, germânio, leds, díodos zenner e outros componentes que apesar de não serem díodos se comportam da forma semelhante dentro do tipo de aplicação. Mosfets e inversores CMOS são exemplos.
O clipping pode ainda ser simétrico ou assimétrico, consoante se usam díodos iguais ou não no par.
Asymmetrical clipping

Distorções:

Em termos de topologia de circuito não diferem muito dos overdrives, sendo que para além da utilização do soft clipping é comum ainda o hard clipping que faz uso do mesmo tipo de par de díodos embora os coloque não no feedback loop do opamp mas sim entre a via do sinal no cicuito e a terra. Resultando daí uma distorção mais agressiva e uma maior compressão do sinal.

Hard and Soft Clipping

Diferem sobretudo na quantidade de distorção que o pedal por si só provoca no sinal e por ser este o principal ênfase de aplicação do mesmo. É dada mais relevância à distorção criada no próprio pedal do que o provocar de distorção no preamp do amplificador (embora possam acontecer ambas em simultâneo).

Fuzz:

Faz uso de um transístor que amplifica o sinal da guitarra e que sobrecarrega o input do transístor que se lhe segue na topologia do circuito diferindo assim dos overdrives e distorções e colocando-se mais perto da forma de funcionamento dos preamps dos amplificadores a válvulas. Porém, apesar das semelhanças com a topologia dos preamps o resultado é radicalmente diferente.




Ao contrário da distorção que as válvulas produzem quando são sobrecarregadas a distorção do Fuzz é tudo menos doce ou subtil. O fuzz é agressivo, o sinal resultante aproxima-se de um square wave e é o menos articulado de todos os efeitos de distorção. Resulta melhor em uso para solos ou linhas que não incluam um número limitado de notas tocadas em simultâneo.


Gonçalo sugere: MXR Line Boost,Tube Screamer, Black Star qquer coisa, BB preamp, Plexi Tube Tone Bone

http://www.thomann.de/pt/mxr_mc401.htm?partner_id=70629
http://www.thomann.de/pt/ibanez_ts808.html?partner_id=70629
http://www.thomann.de/pt/blackstar_ht_boost.htm?partner_id=70629
http://www.thomann.de/pt/xotic_bb_preamp.htm?partner_id=70629
http://www.thomann.de/pt/tonebone_plexitube.htm?partner_id=70629

Eu sugiro: Bad monkey overdrive cause it's cheap
http://www.thomann.de/pt/digitech_bad_monkey.htm?partner_id=70629

Como sempre fica o disclaimer: Não acreditem em peva do que dizemos e vão confirmar tudo em fontes fidedignas. Tudo o que dizemos  nos nossos vídeos ou escrevemos no nosso blog não foi preparado devidamente e estamos em estados semi-conscientes quando o fazemos. Se estão à espera de artigos bem escritos ou regulares é melhor procurarem noutro lado.

Beijinhos e abraços para todos, Duarte.